Curiosidades:

A influência da cultura árabe no folclore gaúcho -
Duas danças muito semelhantes entre si são o dabke, de origem libanesa, e a chula, de origem portuguesa. No dabke, os homens dançam com movimentos rápidos dos pés, com pequenos saltos, caindo de joelhos e retornando rapidamente. O dabke não é uma dança que se pratica em desafio, mas em grupo, o bailarino mais experiente na frente (é o ponteiro), gira um masbaha na mão (espécie de rosário que os árabes muçulmano utilizam para rezar e agradece ä Alá) e na outra segura a mão do parceiro, pois todos ficam de mãos dadas, com os braços esticados e o corpo bem próximo um do outro. O ponteiro comanda, inventando o passo que será seguido pela fila de bailarinos ao seu lado. O dabke também pode ser dançado por mulheres, em festas de famílias, onde há uma confraternização final, mas sempre o homem é quem comanda. Na sua forma profissional, o dabke é ensaiado e os bailarinos parecem um corpo só pela perfeição de sincronia que exibem. Seus gestos, como na chula, são muito rápidos e sua atitude é máscula, demonstrando grande habilidade de sapateado.
Sobre a origem da chula, o tradicionalista e renomado pesquisador do folclore gaúcho Paixão Cortes relata em seu livro “Manual de Danças Gaúchas” a primeira vez que viu a manifestação do estilo, em 1951, interpretado pelo gaiteiro Agustinho Manoel Serafin, em Vacaria. Paixão deixa claro que nunca havia ouvido falar desta dança, nem mesmo em suas tantas pesquisas bibliográficas até então. Tempos depois da apresentação de Serafin, Paixão encontra, juntamente com Barbosa Lessa, um dos livros mais importantes referentes ao estado gaúcho: “Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul”, publicado em 1839 por Nicolau Dreys.
A chula é executada exclusivamente por homens e é apresentada em desafio. Os bailarinos colocam um bastão longo no chão e cada um percorre a extensão do objeto com sapateados e mudanças de nível. Sua ênfase, portanto, está nos pés.
Fonte: CORTES, Paixão C.(1978) O gaúcho, Danças Trajes Artesanato, Editora Garatuja